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  Compós amplia possibilidades de pesquisa
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Bernadette Lyra, pós-doutora pela Université René Descartes/ Sorbonne (Paris V) e autora de livros e artigos sobre cinema, falou ao site sobre como os meios de comunicação só aparentemente são enxutos e objetivos. Na verdade, compõem uma rede complexa que vai além das práticas culturais. A Professora Titular do Mestrado em Comunicação Social da Universidade Anhembi Morumbi acredita que a Compós não é apenas uma modesta Associação, mas acompanha o ritmo e a ampliação dos cursos de pós-graduação em todo o país.

 

Como a sra. vê o campo da comunicação, considerando as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação ?

 

 Vamos supor duas premissas básicas. A primeira é que os meios de comunicação se constituem como objetos modeladores do campo na sua materialidade e corporalidade, com seus mecanismos, estruturas e funcionamento intrínseco que permitem o contato e favorecem a experiência. Mas eles também se estendem objetivamente dentro do campo nas relações que mantêm com a vida e as sociedades. Mesmo em sua materialidade, os meios de comunicação são enxutos e objetivos somente na aparência. Na verdade, são tecidos em uma tapeçaria complexa que inclui uma multiplicidade de pequenas raízes que os enredam como organismos vivos. A segunda premissa é que essa rede que envolve os meios de comunicação se desdobra em tarefas de mediações, postas em circulação pelos meios, e dão suporte aos processos comunicacionais. Dessa maneira, as forças que se acumulam sobre os meios, quando atuam como agentes empíricos isolados, se desdobram processualmente em seu envolvimento com as instituições sociais. É claro que, no processo de desenvolvimento da mídia, as acepções de meios de comunicação mudaram. Isso se deve, em grande parte, ao fator tecnológico que propicia uma diversificação de conteúdos alternativos e a contínua fragmentação e proliferação de pontos de contato, tornando quase inoperáveis os antigos laços dos veículos de comunicação com os grandes públicos e proporcionando uma série de processos midiáticos diferenciados, quase “particularizados”. 

 

Como a sra. analisa a evolução da Associação ao longo dos anos?

 

 Na medida do possível, a Compós vem se ampliando e modificando para acompanhar a aceleração, multiplicação e diversificação de cursos de pós-graduação em Comunicação Social em todo o país. Contudo, já não somos uma modesta associação de um punhado de bravos e reconhecidos pioneiros. No momento, os pesquisadores espalhados por todos os cantos do Brasil, que compõem o território de interesses do campo da comunicação midiática, exigem outras disposições e dispositivos mais eficientes. Um exemplo é a estrutura dos Encontros Anuais, com seus GTs. A meu ver, tal estrutura já se encontra saturada e demanda outros modos de atendimento, de trocas e de propagação das pesquisas na área. Muitos trabalhos são penalizados com a exclusão, dado o exíguo número de vagas em cada GT. E a ampliação para apenas catorze GTs não vai, em absoluto, sanar esse estado de coisas.

 

Como a sra. analisa hoje os estudos sobre fotografia, cinema e vídeo no Brasil?

 

Eles estão em crescimento acelerado e o número de novos cursos que vêm sendo implantados e requisitados por diferentes IES, tanto públicas quanto particulares, comprova isso. Não cabem aqui discussões sobre o desaparecimento do medium cinematográfico, que resultam estéreis, vazias e improfícuas, pois o termo cinema já não é aplicado da mesma maneira como antes. Hoje, considera-se o cinema em todas as formas e expansões dentro do domínio audiovisual ampliado. Ele é a matriz do campo audiovisual. Representa, inegavelmente, uma área de conhecimento que permite experiências comunicacionais particularizadas, sobretudo nas sociedades contemporâneas. 

 

Quais as contribuições que o 19° Encontro, na PUC-Rio, pode trazer para o campo da comunicação de uma maneira geral?

 

Cada novo encontro da Compós reacende a esperança de coligação, fortalecimento e afirmação das pesquisas na área. Algumas mudanças, ainda que pequenas, como o aumento de GTs, podem trazer boas possibilidades. O GT que coordeno atualmente usou como critério máximo a escolha de um pesquisador de cada PPGCom dentre todos os que enviaram trabalhos. É evidente que alguns programas e trabalhos de qualidade ficaram de fora. Isto se deve ao crucial problema do espaço e à necessidade de aplicação de outros critérios, como pertinência e excelência. Mas, de toda maneira, creio que vamos apresentar um esforço de mapeamento das pesquisas sobre cinema e audiovisual em várias regiões do país. A reclivagem dos GTs será também um modo de realinhamento e de melhor visão sobre os anseios e a realidade das pesquisas de todos nós que, diferenciadamente, partilhamos o mesmo campo da comunicação. Tenho a maior esperança de que esse será um processo produtivo para a consideração e a inclusão de diversidades.

 

 

 

 

 

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